Quando eu
tinha por volta de 7 anos e meio e os meus pais decidiram se separar.
Foi um
momento muito triste e principalmente difícil em minha vida naquele
momento.
Fui morar
com a minha saudosa avó Letícia por cerca de uns 6 meses, somente
até o ano letivo acabar. Lá estava com minha irmã, meu tio Junior
e meu primo Neto. Era bem divertido estar com eles. Mas por outro
lado me sentia sempre mal e infeliz. Pois, estava longe de meus pais.
Principalmente me sentia mal por estar longe de meu pai. Pois como
falei (no post anterior), ele era muito importante pra mim. Só que
quando ele se separou de minha mãe, parecia que eu é quem era a
esposa dele. Pois ele também separou de mim. Apesar de morarmos na
mesma região (por assim dizer).
Depois
desse meio ano morando com a minha avó e sem a presença de meu pai,
achando eu que as coisas não poderiam ficar piores, é que o
inevitável aconteceu. Fomos morar minha irmã e eu na cidade de
Iguatu na casa de uma tia chamada Vilani.
Meu pai
acabou se afastando ainda mais de mim. Eu o via raramente. Sentia
tanta falta e saudades dele, que a dor chegava a ser insuportável.
Mas eu continuava a amá-lo do mesmo modo de antes. E não entendia
porque tudo aquilo estava acontecendo.
Minha tia
era uma pessoa muito rígida, cobrava sempre muita disciplina de nós,
principalmente de mim. Já que sempre fui muito mais ativa. Ela era
tão rígida que não deixava nem a gente ficar de noite na calçada
pra brincar (como faziam meus amiguinhos). Eu ficava muito triste e
com raiva de algumas atitudes dela. Já hoje agradeço muito do que
sou a essa tia. Dizia ela, por exemplo: que meio de rua não deixa
ninguém culto, protegido... pelo contrario, traz apenas fofocas,
cultura inútil e intrigas entre vizinhos e aprendizados ruins.
Quando
ela agia com aquele seu modo rígido comigo e que eu odiava. Hoje
entendo que tudo o que ela fazia (que era diferente do comportamento
das outras mães, até porque ela não era minha mãe) era para o meu
bem, para me dar e ensinar bons valores. E eu, como era muito
criança, achava apenas que ela era uma pessoa muito má. Hoje
reconheço suas atitudes passadas e agradeço muito por ela ter
cuidado de mim (do modo dela). Vivi assim com essa minha tia por mais
2 anos.
(Esqueci
de contar que quando minha mãe se separou de meu pai ela veio morar
em Fortaleza também na casa de parentes.)
Sempre
que dava certo e que tínhamos férias do colégio minha irmã e eu
vínhamos para Fortaleza ficar com minha mãe. Em geral eram poucos
dias.
Em um
desses passeios (eu tinha cerca de 8 a 9 anos) e que eu ficava sem
fazer nada na casa de meu tio Flaviano onde minha mãe morava resolvi
brincar com alguma coisa. Detalhe lá só morava adultos (por tanto,
não tinham brinquedos). Resolvi então brincar com um pequeno
dicionário (como se dicionário fosse brinquedo). Eu estava sem
idéias do que exatamente eu queria encontrar. Então pensei: vou ver
se acho o significado dos nomes das pessoas da minha família.
Procurei, procurei... alguns nomes eu encontrei, outros não. E por
fim (já entediada) fui procurar o significado no meu nome e já com
a incrível certeza de que não iria achar. Até porque, ate onde eu
sabia, meu nome tinha sido inventado pela minha avó Letícia. (meu
nome seria Ana Valéria e minha avó sugeriu colocar meu nome de
Valeriana para combinar com o nome de minha irmã Neliana.) E para a
minha enorme surpresa meu nomezinho estava lá no dicionário. O
significado tinha apenas duas palavras: Erva sedativa. Eu fiquei
perplexa, não acreditava muito no que meus olhos estavam vendo. E
achei isso tudo muito divertido e estranho. Sentia-me a importância
em pessoa. Foi a glória naquele momento. E sai falando pra todo
mundo que tinha uma erva com meu nome, ou eu que tinha o nome de uma
erva. Lembro que eu era muito empolgada com relação a esse assunto.
Mas cá pra nós, erva sedativa não queria dizer muita coisa. Foi
então que decidi ir à procura do que era Valeriana, a tal erva
sedativa. Na verdade o nome cientifico é Valeriana officinales, é
uma planta que tem efeitos calmantes e que tem uma maior concentração
na Europa. Depois de ler isso, ai foi que me senti importante. E
continuava (como faço ate hoje) falando pra todo mundo e também me
aprimorando nas pesquisas...
No dia 02
de janeiro de 2002, minha irmã e eu finalmente viemos também morar
em Fortaleza, ainda não foi com a minha mãe. Eu tinha 10 anos e
mais uma vez fiquei na casa de parentes.
Primeiro
foi na casa da Tia Eliana onde passei um ano e tive a oportunidade de
conviver com uma pessoa linda desde muito cedo (essa pessoa é minha
prima e se chama Luana Letícia). Lá na casa da minha tia aprendi
muitas coisas e também adquiri muitos valores. Mas o que era mais
legal era ficar com a Luana. A gente brincava muito, eu a colocava
pra dormir, balançava, cantava... Ela tinha cerca de 2 anos (mais ou
menos a idade de hoje da minha filha). Era muito divertido.
Depois
fui morar com a minha mãe e não deu muito certo. Então, retornei a
morar com a tia Eliana. E novamente, depois de um período também
não deu certo. Ainda fui morar com outro tio chamado Aureliano e lá
passei muito pouco tempo e mais uma vez convivi com outras duas
pessoas lindas também minhas primas Nayara e Nayandra. A Nayara era
a maiorzinha e a gente se divertia muito. Fazíamos a festa. Já a
Nayandra era muito pequenininha e não me lembro muito como era nossa
convivência. Não sei ao certo quanto tempo fiquei na casa do tio
Aurélio. Talvez cerca de 6 meses.
E mais
uma vez fui morar com minha mãe.
Minha mãe
e eu sempre tivemos muitos conflitos desde sempre. Minha predileção
sempre foi pelo meu pai. E as brigas eram inevitáveis, só que isso
será assunto para o próximo post.