Eu, sem tanta vontade
assim e por insistência dele, acabei indo ao seu encontro, conversamos bastante
e eu estava quase irredutível nas minhas decisões, até que ele deu a sua
cartada final. Propôs que fizéssemos um pacto/ trato. O resultado seria: ele
faria qualquer coisa que eu quisesse desde que parasse de tomar
anticoncepcionais para poder engravidar. Pensei um pouco e decidir aceitar a
sua proposta. Afinal de contas, eu sairia ganhando em muitos pontos. Pois,
queria que ele casasse comigo (o que aconteceu após 3 anos e 11 meses desse
“pacto/ trato”). Esse seria o seu “sacrifício” e o meu, seria ter um filho.
Usei a palavra sacrifício por se tratar de futuro nunca antes vividos por mim.
Sabia que não iria ser moleza. E teríamos de abrir mão de uma porção de coisas
pra que esse nosso desejo fosse realizado.
Para mim, ter um filho
era apenas um pensamento distante. Era algo que saberia que talvez eu fosse
viver um dia, mas parecia algo muito distante e eu estava sempre adiando.
Eu tinha uma meta nesse
sentido. A meta era: ter um filho. Queria ser mãe com no máximo 30 anos. (Isso
aconteceu aos 28 anos, ou seja, dentro do prazo que havia estipulado).
Então, depois dessa
nossa conversa cheia de novas decisões, os ânimos se acalmaram e viemos juntos
pra casa calmos e cheios de amor pra dar um ao outro.
No dia seguinte já não
tomei mais os anticoncepcionais.
Os dias foram passando
e nada aconteceu. Nada de engravidar. Fui ao meu ginecologista e fiz uma porção
de exames pré – gravidez (nem sei se são chamados assim esses exames). E todos
os resultados foram normais. Não tinha nada de errado comigo. Eu estava apta a
engravidar a qualquer momento. Mais dias foram passando e nada de engravidar.
Algumas poucas vezes cheguei a pensar que talvez o problema fosse com o Júnior,
mas não disse nada claramente pra ele para que não se sentisse mal ou
desconfortável. O tempo continuava passando...
E um dia conversando
com o Júnior sobre esse assunto, decidimos procurar um médico mais
especializado no assunto. Fomos então a uma clinica médica especializada em
reprodução humana. O médico passou mais exames, tanto pra mim quanto pro
Júnior.
O dele era o mais
simples possível, apenas um espermograma. E para mim, passou um exame mais
sofisticado, complicado e cheio de regras e detalhado. Ele queria saber se eu
tinha algo de errado com minhas trompas.
Dias depois fui tentar
marcar esse bendito exame das trompas. A atendente me deu algumas instruções e
regras que tinha que seguir a risca. Fiquei um pouco assustada e como tinha um
período certo pra fazer, fui ficando com medinho, medão e posteriormente
apavorada. Detalhe, não pude fazer da primeira vez em que marquei e tive que
remarcar pro mês seguinte. Fiquei com tanto medo que se passaram duas semanas de atraso
da menstruação.
“Esperta” como sou,
então liguei uma coisa a outra: poxa, depois de tanto tempo tentando engravidar
e sem conseguir e minha menstruação está atrasada, só pode ser uma coisa: estou
grávida.
Só foi ter esse
pensamento e me acalmar, aconteceu o inesperado: menstruei. Aiaiaiaiai... E
esse acontecimento foi no dia do meu aniversario.
Iria recomeçar mais
cedo ou mais tarde a minha tortura pré-exame do mês anterior.
Após esse período
menstrual, resolvi dar uma chancezinha pra natureza e me ajudar. Essa seria a
minha cartada final. Fiz as contas de quando seria aproximadamente meu período
fértil e usei isso a meu favor e deu certo. Engravidei. Mas lógico ainda não
sabia, se as minhas artimanhas haviam funcionado. Então remarquei o exame e
continuei com muito medo de fazê-lo.
Algum tempo depois,
comecei a me sentir diferente fisicamente, meio rechonchuda e comendo muito e
principalmente uma alimentação nada saudável. Esse período coincidiu
com uma festa de São João da empresa onde trabalho. Foi um custo conseguir
convencer o Júnior de ir comigo à festa.
Então, à noite lá estou
eu em casa experimentando todo o meu guarda-roupa pra ir à festa. Nenhuma
roupa me cabia. Eu me olhava no espelho e estava toda quadrada. E pensava: Ai
meu Deus, estou deformada, quadrada, parece até que eu estou grávida.
O Júnior estava lindo,
todo arrumado e cheiroso e eu quase pelada em casa sem conseguir vestir nenhuma
roupa. As roupas não serviam mais em mim. Foi aí que caí em desespero e comecei a
chorar descontroladamente. Pedi ao Júnior pra cancelar a nossa ida a festa e
ele prontamente aceitou sem questionar. Fiquei muito mau aquela noite. E
“decidida” como sou, virei “cabra macha” como se diz por ai, toda resolvida
disse: a partir de amanhã, não tem escapatória, começa o meu mega regime e
também vou fazer atividade física.
No dia seguinte, à
noite, lá estou eu toda atleta e a caráter pra fazer caminhada na Av:
Washington Soares. Andei, andei, andei... até cansar e fazer uma porção de
calos nos pés.
O dia seguinte da minha
“loucura atlética” (dia 30 junho 2009) estava eu acabada, liquidada e esgotada
fisicamente, mas mesmo assim, eu não iria desistir de jeito nenhum. Era o meu
novo objetivo: emagrecer.
Em um determinado
momento do dia e que estava muito concentrada no trabalho, por volta de 11hs da
manhã me senti muito mau. Do nada senti um enjoou muito forte, algo que nunca
havia sentido antes. E tem mais um detalhe, minha menstruação continuava sem
vir por conta do medo que não cessava de fazer o tal exame das trompas (lembra
dele, o do medinho?!!). Nem de jeito nenhum passava pela minha cabeça que eu já
estava grávida. Fiquei ainda me sentindo esquisita, embora o enjoou tivesse
passado um pouco. Logo foi a hora do almoço, almocei e senti uma forte azia.
Foi então que decidi ligar pra uma colega enfermeira do trabalho (a Cristina) e
eu disse que não estava me sentindo bem. Ela falou, vem aqui no serviço médico
que te dou um remedinho. Só que ela me enganou. Não me deu remedinho nenhum.
Pegou a minha ficha, me pegou pelo braço e me levou até a médica da empresa que
estava de plantão.
A médica fez uma porção
de perguntas. Todas as minhas respostas eram sim e compatíveis com gravidez,
mas eu dizia pra ela: Doutora, eu não estou grávida de jeito nenhum, o que
tenho é medo de fazer um exame. Mês passado a minha menstruação também atrasou
pelo mesmo motivo. Foi então que ela disse: esta bem minha filha, façamos
assim: mesmo que você tenha a certeza absoluta que não está grávida, gostaria
que você comprasse um teste de gravidez de farmácia e o fizesse.
Ainda meio confusa,
fiquei na dúvida se compraria ou não. Essa idéia de gravidez não era (de
verdade) nem de longe uma coisa que se passasse pela minha cabeça.
No final da tarde
daquele dia resolvi ligar para o Júnior e informar tudo o que tinha acontecido
durante o dia. Ele ficou imensamente feliz. E resolveu comprar o tal exame da
farmácia.
Antes de ir pra casa,
passei pela casa de uma colega de trabalho que tinha tido um filho no dia
anterior e depois da visita fui pra casa. O Júnior chegou em casa um pouco
depois de mim. Já com o exame e 1
litro de aguardente de uma safra especial nas mãos, para
festejar caso eu estivesse realmente grávida.
Ele foi um doce comigo
(pra não dizer o contrário). Disse apenas: mija logo ai! Daí eu
disse: calma, não é assim não. Primeiro eu tenho que ter vontade de
fazer xixi.
Foi então que ele
praticamente me obrigou a beber um monte de água pra ver se finalmente vinha a
vontade de fazer o tal xixi. Quando a vontade veio, fiz o meu xixizinho normal
no quintal porque ele não me deixou entrar em casa.
O Júnior saiu correndo
com o meu xixi pra dentro de casa e disse que eu estava de castigo por 5
minutos (tempo em que o teste mostrava o resultado) e que eu não poderia entrar
em casa de jeito nenhum. Ele e apenas ele poderia ser o primeiro a saber o
resultado. Após os intermináveis 5 minutos, ele sai casa a fora correndo,
berrando e foi logo me abraçando e dizendo que eu estava grávida.
Eu simplesmente não
acreditei, mesmo tendo o resultado do exame em minhas mãos.
Ele pra lá de feliz e
eu em estado de choque e sem acreditar nadinha no que estava se passando
naquele momento. Era como se eu fosse apenas uma expectadora da minha própria
vida. Parecia que eu não estava participando daquilo de forma presente e sim de
fora e por fora. Ele mega feliz e animado foi logo ligando pra tudo o que
era familiar dele pra falar a boa nova.
Eu lá paralisada, mesmo
sem acreditar e pra não ficar feio e parecer que eu não estava feliz (e
realmente não estava) nem tão pouco estava triste (Era uma confusão de
sentimentos e pensamentos passando por mim naquele momento). A historia da
festa que não fui, a louca caminhada, o enjoou da manhã, ida a médico a tarde,
era como dizem por ai: a ficha não tinha caído ainda). Resolvi ligar pros meus
parentes também. Minha mãe não atendeu ao telefone. Então, resolvi ligar pra
minha tia Eliana pra dar a boa nova. Ela foi logo dizendo: Eita, outra menina a
caminho vindo por ai!!! Daí, eu disse: não sei. Quem sabe?!! E parabéns...
aquelas coisas que se diz quando se sabe que alguém está grávida.
Passei dias sem
acreditar.
Fui no meu
ginecologista e pedi pra fazer o exame laboratorial e foi confirmado que
realmente e eu estava grávida. Mesmo com o resultado em mãos, era algo ainda
muito inacreditável pra mim.
Depois de ter a
confirmação da gravidez, tive que ir a procura de médicos obstetras que
pudessem me atender, e foi ai que a confusão começou. O livro do plano de
saúde, tinha alguns médicos descredenciados, ou eles não eram mais obstetras.
Ou, ainda só tinha vaga pra primeira consulta com dois ou três meses. Mas no
fim das contas, acabei conseguindo marcar a bendita consulta. Lá foi constatado
que estava tudo bem com o neném que eu esperava. Mas mesmo assim e lógico foi
pedido alguns exames e ultra som.
A minha primeira ultra
som foi algo muito esquisito, mas ao mesmo tempo maravilhoso pra mim. Eu
costumava ver novelas como a maioria das pessoas e quando eu via certas cenas
de ultra som onde as mães choravam na cena, eu pensava: Ô mentira grande, ô besteira.
Isso nem acontece na vida real. Isso nem existe. Mais foi ai que me enganei
total. Quando pude ouvir o coraçãozinho da minha filha batendo com
uma velocidade incrível, a lagrimazinha teimosa começou a correr pelo canto do
olho e me lembrei da cena de novela, pensei: Nem é mentira, muito menos
besteira e acontece sim na vida real. Foi muito emocionante!!! Acho que foi
ali, naquele momento em que (como se diz por ai) a ficha começou a cair e
comecei a acreditar que eu já estava de fato grávida.
Tem mais um detalhe, eu
sempre falava na minha filha pra lá e na minha filha pra cá, mesmo sem saber o
sexo da criança.
Um dia minha mãe me
alertou. Ela disse: pare de falar em minha filha, porque se não for uma menina,
vai ser muito difícil pra você. Você pode se decepcionar muito. E aos poucos
parei de chamar a minha filha e a chamava apenas de neném.
Os dias foram passando
e a cada mês se volta ao médico, pede-se novos exames e sempre uma ultra som
pra acompanhar o crescimento da criança. Então, quando foi na segunda ultra som
que fiz e que deu pra identificar o sexo do neném e que foi visto que era uma
menina. Daí foi uma alegria só. Foi um momento único de felicidade.
Na parte alimentar eu
era muito disciplinada. Andava sempre na linha. Me alimentava muito corretamente,
e comia bastante frutas.
Mas grávida
não é só alimentação, eu não sabia de nada relacionado à neném. Como
cuidar, que cuidados ter, como se desenvolvia dentro de mim. Eu era um saco de
dúvidas. O que deveria saber e fazer quando ela resolvesse nascer. Dúvidas,
dúvidas, dúvidas... o que fazer com todas elas??
Tudo o que eu
perguntava pra mim mãe, ela dizia: não sei, não lembro. O mesmo acontecia com a
minha sogra. Sempre as mesmas respostas de não sei, não lembro.
E quase me desesperei.
Então, fui atrás do único recurso que poderia ter em mãos, a tão querida internet. Busquei vários sites que tratavam
desse assunto, aprendi muita coisa na teoria. Porque a pratica eu só iria ter
depois que a neném nascesse. Ter esse recurso me ajudou bastante e me fez
aprender muita coisa. E a cada dia, mais dúvidas surgiam e mais respostas eu
buscava. Também lia muitas revistas desse seguimento.
A barriga foi crescendo
e a cada dia acreditava mais que estava realmente grávida. Minha gravidez foi
simplesmente ótima. É verdade que no começo tive um pouco de enjôos e que
cessou logo após os primeiros meses.
Minha filha sempre foi
um anjinho. Mexeu pela primeira vez por volta do começo do terceiro mês. Foi
uma sensação muito esquisita, diferente, única e nada desagradável. Eu estava
só em casa a noite quando de repente senti um pequeno “terremoto” em minha
barriga. Lembro que comecei a rir. Era uma inesperada situação. Apesar de saber
que crianças na barriga da mãe mexem. Mas ninguém me disse que seria daquele
modo e também não li em nenhum local. E muito menos que seria divertido pra
mim. Depois que ela mexeu, fiquei bem quietinha pra ver se ela mexia de novo,
mas isso infelizmente não aconteceu.
No dia seguinte quase
do mesmo modo do dia anterior quando eu estava já deitada, ela resolveu mexer
de novo, apenas uma vez. Mas já era um pouco diferente da primeira vez. E eu
fiquei muito contente.
Depois disso, foi
só alegria pra mim. Minha Princesa mexia constantemente e a todo momento
do dia e da noite.
Mesmo sem eu saber que
ela tinha já os ouvidos prontos ela sempre ouvia músicas enquanto eu estava
trabalhando ou quando eu esta deitava antes de dormir. Eu pegava o celular,
conectava os fones de ouvido nele e colocava um dos fone sobre a minha barriga
e ligava o som.
Normalmente era o mesmo
cantor. Ela ouvia sempre Jorge Vercillo e parecia que se agradava muito de suas
canções e de sua voz doce. Um dia resolvi mudar o repertório e coloquei Adriana
Calcanhoto pra ela ouvir e foi ai que tive uma surpresa muito estranha. Minha
filha quase sai da minha barriga de tanto mexer. Ela ficou mega agitada e mexia
muito. O que me deixou um pouco nervosa. Parecia que ela não estava gostando
nada das novas músicas e nem tão pouco da voz da cantora. Foi muito
desconfortável pra mim. Uma ação totalmente inesperada. Então, entendi que
tinha que voltar pro repertório anterior, ou seja, Jorge Vercillo, já que ela
já estava acostumada mesmo. E o mais incrível de tudo isso foi: a menina
simplesmente se acalmou apenas em ouvir a música começar a tocar. Passei vários
dias impressionada com esse fato.
Minha gravidez foi uma
delicia. O estar grávida em si, foi tudo maravilhoso.
Tirava sempre muitas
fotos todos os meses pra acompanhar a evolução do crescimento da minha barriga.
E devo dizer que ficou enorme.
No sexto mês de
gestação decidi fazer o meu Chá de Baby ou como decidir chamar Chá de Xixi. Foi
uma confraternização bem simples, mas muito divertida. Regada de alguns
quitutes bem diferentes do que se costuma encontrar nesse tipo de evento e também
brincadeiras onde todos participaram (inclusive os mais tímidos e recatados). A
minha filha ganhou muitos presentes.
Como sempre fui muito
precavida, no sétimo mês a bolsa para levar à maternidade da minha filha já
estava pronta, mas graças a Deus não foi preciso usá-la antes do tempo.
Uma outra aventura
maluca na minha gravidez foi a escolha do nome da minha filha.
Desde o tempo em que a
gente começou a namorar, o Júnior me falou que havia prometido a avó dele que
se tivesse uma filha, que colocaria nela o nome de sua avó pra fazer uma
homenagem a ela. O nome da avó era Júlia. Eu de jeito nenhum queria que
minha filha se chamasse Júlia. Digamos que não é um nome em que me agrade tanto
assim. E a confusão começou... Todos vinham e davam palpites e sugestões de
nomes pra eu colocar na minha filha.
Nenhum nome me agradava
e pior, por força ainda tinha que ter o bendito Júlia. Foi então que começou a
nova busca incansável por um nome. Fui então buscar nomes em livros e na
internet. De uma centena de milhões de nomes, escolhi alguns que achava que
poderia ser mais ou menos interessante. Não teve nenhum em que me apaixonasse
de verdade. Até simpatizei com alguns pouquíssimos, mas nenhum deles combinava
com Júlia. Então escolhi definitivamente o nome da minha filha por combinação.
E o nome dela é Júlia Lívia. Acho que os dois nomes combinam e soam bem. Mas
disse pro pai dela: olha ela vai ser chamada apenas por um nome e será pelo
nome que escolhi. Mas hoje na pratica não funciona muito. Cada um a chama do modo
que gosta.
Também houve fatos que
me deixaram profundamente triste na minha gravidez.
Sempre fui
enlouquecidamente apaixonada por gatos. Antes de eu engravidar, eu tinha cinco
gatos. Tinha um amor enorme por cada um deles. Cada um tinha uma personalidade forte
e muito diferente. Eram eles: Oncinha, Lindão, Frajola, Príncipe e Lilica.
Quando descobri minha
gravidez, eu era consciente de que teria que me desfazer de alguns deles, ou
quem sabe de todos. Só não queria que fosse ao mesmo tempo e nem da maneira que
foi com a maioria deles. Os primeiros a ir embora foram Oncinha e Lindão.
Depois o Frajola e a Lilica (que considero que tenham sido praticamente
roubados lá de casa, apesar de o Júnior ter autorizado a saída deles).
Lembro-me que cheguei em casa com o coração apertado. Me sentindo muito mau
naquele dia interiormente. Ao chegar chamei muito, procurei por toda a casa a
minha gatinha e nada dela aparecer. Eu chorei muito. Muito mesmo. Por cerca de
umas duas horas, até o Júnior chegar e me dizer que tinha doado a gata e que
ele tinha ido pega-la enquanto eu não estava em casa. Mas ainda tinha me
restado o Príncipe. E que esse infelizmente foi uma decisão minha de doá-lo. Ele
não sabia brincar de maneira carinhosa como os demais gatos. Quando ele
brincava sempre era com mordidas ou arranhões de verdade. Mas a minha decisão
final de deixá-lo ir não foi apenas por esse simples fato. O motivo foi, que um
dia a minha vizinha (que tinha acabado de ter uma nenenzinha) tinha ido lá em
minha casa, e ela colocou a sua filha que estava dormindo sobre a minha cama e
o gato quase enlouqueceu de raiva querendo fazer algo ruim com a filha dela
(isso foi quando eu já estava de férias e prestes a entrar de licença
maternidade). O Príncipe tinha um ciúme muito grande de mim e pensei: é melhor
ele ir embora logo, do que fazer algo de ruim com a minha filha quando ela
nascer. Um outro motivo muito relevante é que ele era muito peludo e soltava os
pelos pela casa toda. Já que estou falando dos meus bichos de estimação, também
não posso esquecer de mencionar um casal de cachorros vira-latas que tínhamos. A
Mel e o Nêgo. Eles tiveram de ir embora primeiro, antes dos gatos. Eram bem
grandes, mais praticamente filhotes e muito brincalhões. Um dia estava
colocando uma roupa no sol e a Mel pulou em cima de mim pra brincar e quase caí
no chão. Depois disso o Júnior decidiu que tinha que doá-los. E tinha que ser
os dois juntos. Pois, eles eram irmãos e nunca haviam se separado um do outro.
Eu tinha muito receio
de minha filha nascer antes do tempo. O tempo passa muito rápido quando se esta
grávida. Um dia você descobre que esta grávida e “pouco” tempo depois está
prestes a dar a luz.
Em dezembro de 2009,
meio na correria tivemos que mandar construir um quarto pra minha filha. E como
sempre, tem-se todo aquele aborrecimento com pedreiro, com pintor... mas que no
fim das contas o quarto ficou do jeitinho que eu queria e depois foi só colocar
os móveis no lugar e arrumar de um modo harmonioso pra chegada da
princesa.
Minha gravidez se encerrou
às 11:00 da manhã do dia 10 de fevereiro de 2010 quando eu estava com 38
semanas de gestação. Exatamente no momento em que a minha filha conheceu esse
mundo louco e maravilhoso...